25 julho 2010

A meditação da lua cheia



Desde a antiguidade a Lua exerceu um fascínio especial sobre o ser humano. Pudera! Aquele corpo celeste ‘pendurado’ sobre a cabeça dos seres humanos, mudava de tamanho a cada dia, crescia e decrescia, desaparecia por completo, e voltava, belo e brilhante até se tornar cheio e luminoso, em seu ciclo de 28 dias. À medida que o homem começou observar a regularidade deste ciclo, começou a perceber também a grande influência, ou, se preferirem, sincronicidade entre ele e os ciclos naturais femininos, o fluxo e refluxo das marés e também com vários outros acontecimentos na Terra.
Devemos lembrar que, na antiguidade, o homem era muito mais integrado com a natureza e que muitos dos antigos calendários, como aquele dos Maias, por exemplo, eram lunares e não solares.
Na época em que a humanidade deu ênfase à agricultura, os homens observavam mais os ciclos lunares do que os solares. E as principais religiões antigas desenvolveram cerimônias especiais ligadas ao ciclo lunar.
Festividades e rituais eram assim ligados aos ciclos da natureza. A religião da Grande Mãe, a Wicca, que ressurgiu a alguns anos com força em vários países do mundo, liga seus ritos à Lua, cheia ou nova. É a Alma da Natureza que é celebrada a cada rito.
Hécate, Diana, Hathor, Ganesha, eram algumas das divindades lunares reverenciadas pelos povos antigos, algumas das quais persistem até a atualidade.
Infelizmente, a ligação do Homem com a Mãe Terra, e conseqüentemente com seus ciclos, está sendo alterada por séculos de comportamento agressivo, ativo, ‘racional’, que despreza o lado passivo, interior, intuitivo, sensível e ‘feminino' da natureza humana. No entanto, existe um movimento no mundo todo, que busca restabelecer o equilíbrio entre esses dois pólos da natureza humana, através de vários processos que levam as pessoas a obterem uma maior harmonia interior. O esquecimento destes ciclos naturais leva o homem ao desequilíbrio, à doença.
Na astrologia considera-se o Sol como sendo o princípio masculino, ou ÂNIMUS, e a Lua como sendo o princípio feminino ou ANIMA.
A LUA, reflexo da luz solar, representa dentro de nossa personalidade a nossa infância, nosso lar materno e nossa mãe. De fato, a Lua representa o lado psíquico inferior, o EGO e se integra à personalidade da pessoa.
Na estrutura da Cabala, a Árvore da Vida, a Lua corresponde à Sefira de Yesod, o Fundamento. É a 9ª Sefira, Depósito de Imagens, Esfera da Ilusão. É nela que se plasma a alma do ser humano antes da materialização.
A Lua é também responsável pela nossa receptividade, pela nossa imaginação, por nossa sensibilidade, pelas nossas reações, hábitos e memórias, pela forma como nos adaptamos ao meio-ambiente e expressamos nossas emoções. O signo ligado à Lua é o signo de Câncer, que indica o sentimento de proteção e nutrição, o lar, a infância. Este signo que marca o Solstício de Verão (Inverno do Hemisfério Sul) foi focalizado na meditação do mês de Junho. O eixo Câncer/Capricórnio representa de um lado a Mãe e do outro o Pai.
Enfim, todos nós, em maior ou menor grau, ficamos fascinados com a visão da Lua Cheia. Nos tornamos românticos, ou tristes, ou melancólicos, ou saudosos. A Lua estimula enfim, nosso lado mais íntimo, secreto, nossas lembranças e nossa memória.

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