Apesar de idoso e surdo, Buñuel estava em plena forma, realizando uma versão bem-humorada, satírica e bastante surrealista de um famoso livro de Pierre Louys, escrito em 1898, "La Femme et le Pantin" (A Mulher e o Fantoche). O romance havia sido filmado antes várias vezes, mas nenhuma de forma tão original quanto aqui.Acontece que o diretor teve problemas com a atriz Maria Schneider (de "O Último Tango em Paris"), que se recusava a ficar nua. Para substituí-la teve a idéia de usar duas atrizes completamente diferentes, a francesa e longilínea Carole Bouquet e a espanhola opulenta Ángela Molina (ambas fizeram carreira posteriormente). A cada seqüência é uma delas que aparece, e tem gente que não percebe a diferença.A narrativa tem clima divertido e já começa com o herói num trem jogando um balde de água na cabeça da moça. Depois seu drama é contado em flashbacks -- é uma das mais impactantes histórias já feitas sobre uma mulher fatal que leva à destruição um homem que diz amar. Um filme fascinante e originalíssimo.
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