01 junho 2010

A tão falada Meritocracia....


Virou moda. Agora, toda vez que alguém do governo, de qualquer poder, fale sobre avaliar os funcionários, os sindicalistas de plantão berram "é meritocracia". Como se o próprio salário merecido fosse crime.

Depois da presidente do CPERGS, Rejane Dutra, bradar contra o "Enem" dos professores proposto pelo INEP, foi a vez do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Roberto Leão, manifestar "preocupação com a possibilidade de a prova se transformar em instrumento de avaliação e mérito, levando a um ranqueamento de bons ou maus professores".
Mas ora bolas, como é então que devemos avaliar professores? Principalmente os de escolas públicas, que são pagos através dos nossos impostos? Atualmente, o sistema é perverso: a avaliação se dá através aprovação dos alunos em sala de aula. Ou seja, se existe qualquer dificuldade com determinado mestre, o problema só vai ser solucionado (ou não) depois que o estrago está feito.
Numa pequena busca na internet, achamos o que é Meritocracia: "Meritocracia (do latim mereo, merecer, obter) é a forma de governo baseado no mérito. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento, e há uma predominância de valores associados à educação e à competência."
A meritocracia está associada, por exemplo, ao estado burocrático, sendo a forma pela qual os funcionários estatais são selecionados para seus postos de acordo com sua capacidade (através de concursos, por exemplo). Ou ainda – associação mais comum – aos exames de ingresso ou avaliação nas escolas, nos quais não há discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou temas propostos. Assim, meritocracia também indica posições ou colocações conseguidas por mérito pessoal.
A palavra meritocracia provavelmente apareceu pela primeira vez no livro "Rise of the Meritocracy", de Michael Young (1958). No livro carregava ela um conteúdo negativo, pois a história tratava de uma sociedade futura na qual a posição social de uma pessoa era determinada pelo QI e esforço. Young utilizou a palavra mérito num sentido pejorativo, diferente do comum ou daquele usado pelos defensores da meritocracia. Para estes, mérito significa aproximadamente habilidade, inteligência e esforço. Uma crítica comumente feita à meritocracia é a ausência de uma medida específica desses valores, e a arbitrariedade de sua escolha.
Claro que, no Brasil, os interessados de plantão só usam o sentido pejorativo negativo da Meritocracia, escondendo que ela é um sistema muito mais justo, por exemplo, do que a obtenção de FGs ou CCs por apadrinhamento político.
Quem não gosta de ser avaliado ou criticado tem sérios problemas de auto-estima ou competência. No caso, nada mais justo para a sociedade como um todo que os professores tenham de mostrar se realmente sabem ensinar, se a matéria que lecionam está "na ponta da língua" e se esses conhecimentos estão sendo colocados em prática na educação de nossos filhos.

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