18 março 2010

Andy Warhol em Mr. America


Se há um hábito capaz de unir os diferentes estilos de vida do homem contemporâneo, é o consumo. Talvez essa não seja uma ideia revolucionária hoje. Mas nos anos 60, quando Andy Warhol apareceu no campo das artes reproduzindo em suas pinturas latas de sopa iguais às vendidas nos supermercados, era praticamente impensável elevar um mero produto comercial a símbolo de um valor universal: o poder de compra.

Warhol foi o primeiro artista a detectar – e de certa forma orientar – a mudança de valores rumo à sociedade do consumo e do espetáculo. Esse caminho está bem claro na exposição Mr. America, com início marcado para o dia 20 na Estação Pinacoteca em São Paulo. De tanto fabricar, manipular, distorcer e transformar ícones, Warhol tornou-se ele próprio um ícone. Rompeu a fronteira da arte com a vida cotidiana e mudou ambas.

Mr. America é a maior exposição de Andy Warhol (1928-1987) já apresentada no Brasil. Segundo o curador Philip Larratt-Smith, as 169 obras espalhadas pela Estação Pinacoteca, na região central de São Paulo, representam praticamente todos os aspectos do trabalho do artista. A diversidade pulsante de Warhol, muito mais além do tachado de promotor da pop arte, pode ser vista em 26 pinturas, 58 gravuras, 39 trabalhos fotográficos, duas instalações e 44 filmes. Organizada em colaboração com o The Andy Warhol Museum, em Pittsburgh, nos Estados Unidos, a exposição já foi exibida nas capitais da Colômbia e da Argentina.


Nem sempre é necessário conhecer a vida de um artista para apreciar sua obra. No caso de Andy Warhol, isso é fundamental. Ele vivia sua arte. Não apenas no sentido da dedicação (algo comum a quase todo grande artista), mas na percepção de que seu comportamento e sua imagem eram eles próprios manifestações artísticas. Nesse sentido, também, Warhol antecipou características fundamentais da vida moderna.


Ele estava certo!!!!
Warhol captou a essência dos dias atuais

REMIX
A ideia de usar um produto já célebre e lhe dar nova embalagem está no cerne da obra de Andy Warhol. A cultura de hoje está tomada por filmes, músicas, programas de televisão e ideias reciclados

MULTIMÍDIA
Warhol extrapolou os limites das diferentes expressões artísticas. Atuou como pintor, escultor, cineasta, produtor musical, escritor e apresentador de TV

CELEBRIDADES
Sua famosa frase “No futuro, todos serão famosos por 15 minutos” se concretizou. Além disso, Warhol negou o prestígio do artista recluso e se tornou também uma celebridade, como tantos artistas de hoje

CULTURA YOUTUBE
Os filmes produzidos na Factory usavam aparelhagem simples, e não atores. O ambiente era de democracia criativa, assim como no site de vídeos YouTube

MANIPULAÇÃO DA IMAGEM
Warhol pode ser considerado o precursor do Photoshop. Em um programa de TV, usou o computador Amiga para pintar um retrato da cantora Debbie Harry.



Nascido em 1928, Andy Warhol é considerado um dos principais nomes da pop art. O movimento teve seu auge na década de 1960, quando se estendeu da Inglaterra para os Estados Unidos.

A pop art caracteriza-se pela apropriação de imagens do universo do consumo (embalagens de produtos) e da cultura de massa (televisão, cinema, revistas de celebridades, quadrinhos e propaganda) como tema de suas obras. Ao mesmo tempo, faz uma critica a esta indústria que, na visão dos artistas, exercia poderosa influência na vida cotidiana das pessoas.

Warhol foi pioneiro em transformar produtos de consumo diário, como a sopa Campbell e o ketchup Heinz, em "estrelas". Também foi especialista em revelar o glamour banal que a reprodução ilimitada de imagens conferiu musas como Marilyn Monroe e Liz Taylor.

O artista também foi editor de revistas e criou programas de TV. Após uma cirurgia de rotina da vesícula biliar, Warhol morreu 22 de fevereiro de 1987.




MR. AMERICA - IMPERDÍVEL
Exposição de Andy Warhol
Estação Pinacoteca
Largo General Osório, 66, Luz, São Paulo, SP
Tel. (11) 3335-4990
Abertura no dia 20 de março, às 11 horas. Até o dia 23 de maio.
De terça-feira a domingo, das 10 horas às 17h30

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