Traduzir em uma palavra a exposição de Louise Bourgeois, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, é impossível. A que chega mais perto, no entanto, é potência. Potência de vida, das inquietações do inconsciente e dos traumas mais aparentes transfigurados em arte.
Com curadoria de Philip Larratt-Smith, a mostra intitulada “Louise Bourgeois: O Retorno do Desejo Proibido” é a maior já realizada no país, reunindo 112 obras, produzidas entre os anos 1942 e 2009, e fala sobre a relação do trabalho da artista com a psicanálise.
Nacida em Paris, em 1911, e passando grande parte de sua vida em Nova York, Bourgeois é uma das mais importantes artistas do século XX. A dimensão autobiográfica, as fissuras do corpo e da mente e as relações familiares são o fio condutor de sua investigação, como na obra “Maman”, uma aranha gigante que representa a sua mãe e está em exposição permanente no MAM do Parque do Ibirapuera.
Para quem conhece a obra, ou conseguiu imaginar, o tom opressor é o que ronda seus arquétipos femininos, as fórmulas fálicas discutem a presença e o fantasma do pai (o Édipo não resolvido?) e o corpo nu expandem-se para as séries de esculturas em fibra de vidro, tecido, látex, couro, borracha e bronze. Este último, material escolhido para a fortíssima “Arco da Histeria” (1993), um corpo sem cabeça, em que as mãos e os pés quase se juntam em uma torção agonizante.
Em outra sala do Tomie Ohtake, o fôlego do expectador é novamente surpreendido com a instalação “Spider” (1997), em que outra aranha gigantesca fica suspensa sobre uma jaula que, entre outros objetos, abriga uma cadeira vazia.
Nacida em Paris, em 1911, e passando grande parte de sua vida em Nova York, Bourgeois é uma das mais importantes artistas do século XX. A dimensão autobiográfica, as fissuras do corpo e da mente e as relações familiares são o fio condutor de sua investigação, como na obra “Maman”, uma aranha gigante que representa a sua mãe e está em exposição permanente no MAM do Parque do Ibirapuera.
Para quem conhece a obra, ou conseguiu imaginar, o tom opressor é o que ronda seus arquétipos femininos, as fórmulas fálicas discutem a presença e o fantasma do pai (o Édipo não resolvido?) e o corpo nu expandem-se para as séries de esculturas em fibra de vidro, tecido, látex, couro, borracha e bronze. Este último, material escolhido para a fortíssima “Arco da Histeria” (1993), um corpo sem cabeça, em que as mãos e os pés quase se juntam em uma torção agonizante.
Em outra sala do Tomie Ohtake, o fôlego do expectador é novamente surpreendido com a instalação “Spider” (1997), em que outra aranha gigantesca fica suspensa sobre uma jaula que, entre outros objetos, abriga uma cadeira vazia.
Menos impactante em um primeiro olhar, mas de uma força imensa, são as séries em guache vermelho sobre papel, “A alimentação” (2008) e “Maman” (2009). Suportes novos na trajetória da artista, que tem as esculturas como sua principal forma de expressão. Tais pinturas mostram seios que amamentam, mas ao mesmo tempo sufocam e ameaçam.
Outra questão que essas séries trazem à baila é a vitalidade artística que acompanhou Bourgeois até o fim de sua vida (a artista faleceu em 2010, aos 98 anos), e o fato das inquietações sobre feminino e da maternidade permanecerem como algo em aberto.
“A arte é uma garantia de sanidade”, disse certa vez. Foi esta frase, e as muitas outras encontradas em escritos e correspondências datadas de 2004 a 2010, que revelaram a linha estreita de Bourgeois com a psicanálise e motivaram o curador Philip Larratt-Smith a escolher tal recorte para a exposição, que já passou pro Buenos Aires e depois segue para o Rio de Janeiro. Experiência catártica do fazer e do descobrir a obra de arte.
Outra questão que essas séries trazem à baila é a vitalidade artística que acompanhou Bourgeois até o fim de sua vida (a artista faleceu em 2010, aos 98 anos), e o fato das inquietações sobre feminino e da maternidade permanecerem como algo em aberto.
“A arte é uma garantia de sanidade”, disse certa vez. Foi esta frase, e as muitas outras encontradas em escritos e correspondências datadas de 2004 a 2010, que revelaram a linha estreita de Bourgeois com a psicanálise e motivaram o curador Philip Larratt-Smith a escolher tal recorte para a exposição, que já passou pro Buenos Aires e depois segue para o Rio de Janeiro. Experiência catártica do fazer e do descobrir a obra de arte.
Serviço
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros - São Paulo - SP
Até 28 de agosto
Grátis
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros - São Paulo - SP
Até 28 de agosto
Grátis
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