11 outubro 2008

Se der tempo, leiam


Na primeira metade do século XIX, um escritor francês chamado Honoré de Balzac editou uma obra literária chamada "A Mulher de Trinta Anos".
O livro narra a história de uma mulher casada que ao chegar aos trinta anos de idade questiona-se, entre outras coisas, sobre a instituição imperfeita do matrimônio e o papel da mulher na sociedade. Debate temas polêmicos para a época como o divórcio e o relacionamento extraconjugal. Talvez tenha sido o primeiro passo para a tão desejada "emancipação feminina". Surge assim o termo Balzaquiana.
Vocês devem estar se perguntando: Que diabos esse louco está escrevendo agora?
Eu explico. Na verdade é um desabafo.
Não é de hoje que venho acompanhando de perto as mudanças comportamentais das mulheres na faixa dos vinte e muitos aos trinta e poucos anos.
Após um gigantesco avanço no movimento de libertação da mulher, elas agora, chegam aos trinta anos dividindo-se basicamente em três grupos. O das bem resolvidas, independente de sua situação amorosa; o das casadas insatisfeitas e, por fim, o das solteiras inconformadas. É impressionante o tormento que toma a cabeça de muitas dessas mulheres ao verem suas amigas se casando e seguindo os velhos e tradicionais costumes sociais, onde as moças ainda se uniam durante os "20".
Como reflexo desse turbilhão, durante algum tempo em suas vidas, questionam-se sobre onde erraram. Muitas perguntam a Deus se estão pagando por algum pecado ou querem um sinal de qual o motivo de estarem fadadas à solidão. Outras se apegam a qualquer "Zé Mané" que apareça, apenas para que tenham a sensação (ainda que ilusória) de que são felizes.
Se você tiver tempo e paciência para fazer uma pequena pesquisa nas páginas do Orkut de algumas conhecidas solteiras nesta faixa etária, confirmará a minha tese, pois perceberá que na grande maioria dos casos existe alguma comunidade chamada "Quero um Amor Para a Vida Toda", "Amor Perfeito", "Eu Quero Um Amor Para Mim" ou algo semelhante.

Durante um jantar no último sábado, como já esperado em uma reunião entre homens e mulheres em torno de uma mesa, surgiu o assunto "relacionamento". Foi então que eu soube através de uma amiga que há uma pesquisa que relata que mais de 60% das mulheres na faixa dos 28 aos 35 anos está passando por uma crise existencial. Este estado atinge tanto as mulheres casadas quanto as solteiras. É a evolução da obra de Balzac.

Parece que elas se esquecem de que hoje, uma mulher de trinta anos ainda é uma menina. Não levam em consideração o avanço da medicina, da sociedade e principalmente a mudança comportamental conseqüente da tão sonhada emancipação feminina.
Nós, jovens dessa faixa etária somos as cobaias de uma nova era, pois somos a primeira linhagem pós liberação feminina. Caso não se lembrem, a geração dos nossos pais foi a responsável pelas duas últimas grandes quebras de tabu. A primeira foi a dura e penosa missão de tornar comum e perfeitamente aceitável a separação de casais.
Ainda me lembro como algumas pessoas me olhavam por ter pais separados na década de 80. A outra grande mudança foi a do início da participação da mulher de forma mais efetiva e em cargos mais elevados no mundo corporativo.
Se aliarmos estas duas grandes evoluções ao fato de que a expectativa de vida do brasileiro aumentou de 65 anos para 80 anos nas últimas décadas e que a tendência é que isso aumente mais a cada nova descoberta da medicina, entenderemos que é absolutamente natural que as prioridades e a relação dos seres humanos com o tempo tenham sofrido alterações.
Acontece que muitos dos jovens desta nossa geração ainda estão tentando se adaptar a esta nova realidade, pois o cronograma correto a ser seguido é ainda muito incerto.
Os mais conservadores preferem se casar mais cedo e dar continuidade ao já tradicional protocolo. Minha única dúvida é: Será que estes casamentos resistirão por 55 anos no meio de tantas mudanças?
Existe o grupo daqueles que como eu, tentam administrar de forma equacionada essa nova contagem regressiva que é a vida e optam por aproveitar ao máximo cada fase deste novo calendário. É um risco, mas alguns acreditam que esta seja a melhor forma de viver uma vida sólida em todas as suas etapas. Façamos cálculos: Se eu me casar com 37 anos, tiver filhos com 38 e viver ao menos até os 75 (o que hoje é absolutamente normal) eu terei vivido tudo aquilo que eu quis até os trinta e oito, terei convivido com uma companheira por 38 anos e terei acompanhado meu filho até seus 37 anos de idade, o que é mais do que suficiente para que eu possa ir embora sem me preocupar mais com o "futuro" dele.
Por fim, vem o grupo daqueles que parecem um pouco perdidos no meio deste volume de mudanças e que ainda não conseguiram definir a que grupo pertencem. São normalmente esses que se questionam o tempo todo.

Minha opinião? Viva a vida que você tem. Decida o que você realmente quer e como acha melhor viver os seus próximos 50 anos. Defina suas prioridades e aí então parta em direção a elas, mas pelo amor de Deus tenha amor próprio. Digo isso principalmente para as mulheres desta geração.
Muitas condenam a postura masculina nesta nova era, mas se esquecem que ficamos assim em grande parte, em função das facilidades que elas mesmas nos dão. Outro dia li no blog de uma amiga que os homens estão se especializando em desculpas. Sou obrigado a discordar.
Ocorre que a grande maioria das mulheres de hoje ocupa uma posição em um dos dois extremos: ou não estão nem aí para nada ou já querem namorar no dia seguinte e se possível casar em três meses. No primeiro caso, posso garantir que é uma questão de tempo até que nós nos cansemos. Esta mesma amiga um dia me disse: - Estava conversando outro dia sobre você. O Rafa está sempre ficando com alguma menina. Você é, na opinião de algumas mulheres, mais bonito que ele e eu não te vejo ficar com tantas mulheres quanto ele.
A resposta é simples. Eu já tive vinte e oito anos, ele ainda não teve trinta e três. Chega um momento que a gente se cansa e passa a ser mais seletivo.
Quanto ao segundo caso, o que acontece é que no "desespero" de laçar o seu "companheiro", elas se tornam muito acessíveis, levando o grau de dificuldade de conquista a quase zero. Se não há desafio, não há graça. Elas se descaracterizam e criam um vínculo de dependência do dia para a noite que assusta. Os relacionamentos precisam de tempo para que haja cumplicidade. Você se tornar uma das pessoas mais importantes na vida de uma mulher em uma semana é no mínimo aterrorizante, pois te dá a impressão de que você é a salvação da lavoura. Você é o cara que vai resolver as crises dela. A sensação que dá é que na verdade ela queria um companheiro qualquer e você foi o cara que bobeou......

Diante desta situação, não há muito o que se fazer. Como terminar algo que na verdade nem significa tanto assim para você, sem machucá-la? É óbvio que vamos dizer que a culpa é nossa, que não estamos preparados para uma nova relação ou algo parecido.
Aí então vem a pergunta: - Por que eles não falam a verdade?
A resposta é simples. As mulheres de uma forma geral têm uma certa dificuldade de administrar algumas verdades. Digo isso com propriedade, pois algumas vezes após ficar com uma mulher, ao me despedir ouvia: - Você não vai pedir meu telefone? Eu, em um ato de sinceridade dizia: - Não, pois se eu pegar seu número vou gerar em você uma falsa expectativa de que irei te ligar, mas na verdade eu não vou. Pronto!!!! Estava armada a confusão. O que fazer então? Se eu não pego o número sou grosso!!! Se pego e não ligo sou canalha!!!

É por isso que minha sugestão é: Se você quer encontrar alguém que valha a pena, tenha amor próprio, valorize-se, não espere que ninguém resolva seus problemas e nem seja dependente de ninguém. Aprenda a se conhecer e viva seus próximos quarenta ou cinqüenta anos de bem com a vida..... o resto, você pega pelo caminho......
Por mais que o tempo passe e as coisas mudem, ainda hoje, todo homem quer o que ele pensa que não pode ter....... portanto, para nos fisgar, use primeiro a cabeça e só depois o coração.......
autor???? anonimo

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