26 setembro 2007

Crises infinitas - Não sei se tenho raiva ou agradeço

Li em algum lugar que, para os chineses, a palavra “crise” tem duplo significado. Ao mesmo tempo que denota incerteza, insegurança, desequilíbrio, ou seja, aquela sensação de que o status quo está para ruir, também leva o sentido de “oportunidade”, de que, no meio do furacão, é hora de abrir os olhos e ficar de olho, o tal sinal pelo qual todos esperamos está aí, basta ficar em silêncio e observar.
Não deixa de ser papo de auto-ajuda, mas, venhamos e convenhamos, se não fosse verdade, a frase não estaria tão difundida e não estaria rendendo tanta grana para os gurus do marketing.
Alguns seres humannos gostam de uma crise. Mesmo quando tudo está aparentemente tranqüilo, inventam inimigos ocultos, trabalhando para que pessoas do bem nunca alcancem essa tal felicidade, que pode ser entendida, neste caso, como uma convicção política. Sempre há um chefe pentelhando, um moderador expulsando um membro de uma comunidade, um amigo invejoso ou um governo atrapalhando a vida do sujeito. Esse é o mais horrível dos sentimentos. As crises são interessantes, mas não costumam ser muito frutíferas. Mas o interessante é quando ela aparece, numa situação na qual você e outras pessoas estão envolvidas, onde a única saída viável é você se unir àqueles com quem, em um outro momento, não teria tanto interesse em manter um laço... Ah... Milagres acontecem... E você se descobre. E finalmente, descobre os outros. Os outros estão ali, com vc, te apoiando.
Ai penso comigo mesma: "Não sei se tenho raiva ou agradeço. Quero dizer, sei sim!".

E.T: Este texto postei para o meu amigo Cristiano F, manifestando a minha indignação por uma situação inaceitável (não era esse o termo que queria postar, mas não me vem outra na cabeça). Conheço o Cris a pouco tempo, mas ele é uma pessoa adorável! Se vc o conhece, vai concordar comigo.

Nenhum comentário: