21 julho 2011

Louise Bourgeois: O Retorno do Desejo Proibido


Traduzir em uma palavra a exposição de Louise Bourgeois, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, é impossível. A que chega mais perto, no entanto, é potência. Potência de vida, das inquietações do inconsciente e dos traumas mais aparentes transfigurados em arte. 
Com curadoria de Philip Larratt-Smith, a mostra intitulada “Louise Bourgeois: O Retorno do Desejo Proibido” é a maior já realizada no país, reunindo 112 obras, produzidas entre os anos 1942 e 2009, e fala sobre a relação do trabalho da artista com a psicanálise.
Nacida em Paris, em 1911, e passando grande parte de sua vida em Nova York, Bourgeois é uma das mais importantes artistas do século XX. A dimensão autobiográfica, as fissuras do corpo e da mente e as relações familiares são o fio condutor de sua investigação, como na obra “Maman”, uma aranha gigante que representa a sua mãe e está em exposição permanente no MAM do Parque do Ibirapuera.
Para quem conhece a obra, ou conseguiu imaginar, o tom opressor é o que ronda seus arquétipos femininos, as fórmulas fálicas discutem a presença e o fantasma do pai (o Édipo não resolvido?) e o corpo nu expandem-se para as séries de esculturas em fibra de vidro, tecido, látex, couro, borracha e bronze. Este último, material escolhido para a fortíssima “Arco da Histeria” (1993), um corpo sem cabeça, em que as mãos e os pés quase se juntam em uma torção agonizante.
Em outra sala do Tomie Ohtake, o fôlego do expectador é novamente surpreendido com a instalação “Spider” (1997), em que outra aranha gigantesca fica suspensa sobre uma jaula que, entre outros objetos, abriga uma cadeira vazia.
Menos impactante em um primeiro olhar, mas de uma força imensa, são as séries em guache vermelho sobre papel, “A alimentação” (2008) e “Maman” (2009). Suportes novos na trajetória da artista, que tem as esculturas como sua principal forma de expressão. Tais pinturas mostram seios que amamentam, mas ao mesmo tempo sufocam e ameaçam.

Outra questão que essas séries trazem à baila é a vitalidade artística que acompanhou Bourgeois até o fim de sua vida (a artista faleceu em 2010, aos 98 anos), e o fato das inquietações sobre feminino e da maternidade permanecerem como algo em aberto.

“A arte é uma garantia de sanidade”, disse certa vez. Foi esta frase, e as muitas outras encontradas em escritos e correspondências datadas de 2004 a 2010, que revelaram a linha estreita de Bourgeois com a psicanálise e motivaram o curador Philip Larratt-Smith a escolher tal recorte para a exposição, que já passou pro Buenos Aires e depois segue para o Rio de Janeiro. Experiência catártica do fazer e do descobrir a obra de arte.

Serviço
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros - São Paulo - SP
Até 28 de agosto
Grátis

18 julho 2011

imperdível e exclusiva oportunidade de aprender algo!




Você certamente preferiria encontrar um príncipe a um sapo, não é? Claro, dentre os conceitos que definem um homem, o de príncipe é bem mais atraente e interessante do que o de sapo. O primeiro refere-se àquele gentil, carinhoso e romântico, enquanto que o segundo aponta para ...aquele esquisito, desatento e, por vezes, até irritante!
No entanto, como todo conceito fechado, este também merece uma reflexão, e o quanto antes, para evitarmos mais buscas ilusórias, expectativas frustradas e, por fim, desencontros desastrosos! Será mesmo que existem os homens que são príncipes e os que são sapos? Se sim, nesta mesma medida, deve haver então as mulheres que são princesas e as que são “pererecas”, certo? Não! Errado! Nem uma coisa, nem outra!
Podemos começar a desconstruir esse raciocínio admitindo que todos nós, tanto homens quanto mulheres, somos príncipes e princesas, mas também sapos e pererecas! Afinal, em alguns dias, estamos bem-humorados, divertidos, leves, atraentes e encantadores. Enquanto que, em outros, estamos tensos, tristes, impacientes e até repelentes.
Isto é ser gente. Existir em todas as possibilidades e nuances. Transitar entre a luz e a sombra e descobrir, neste caminho, a possibilidade de amadurecer e se tornar melhor. E tudo isso acontece inclusive enquanto nos relacionamos; enquanto buscamos um amor ou durante a vivência dele. E tudo bem... Não há nada de errado em se permitir ser tudo isso. O problema começa quando a permissão só é dada a si mesmo e não ao outro.
Pessoas que desejam encontrar e se relacionar somente com príncipes ou com princesas, que não conseguem acolher o sapo e a perereca que existe em cada homem e em cada mulher, certamente vai se decepcionar e amargar, repetidas vezes, aquela sensação de que sempre escolhe a pessoa errada. Será? Será mesmo que existem pessoas erradas e pessoas certas? Ou seria mais inteligente se encarássemos a todos com quem nos relacionamos como uma imperdível e exclusiva oportunidade de aprender algo novo?
Além disso, esta reflexão também pode ser um desafiante convite para que você exercite mais a sua porção príncipe ou princesa, exatamente como sabe fazer – e muito bem – toda vez que deseja conquistar alguém. Gentileza, carinho, atenção, paciência, saber ouvir, ceder, presentear, mimar, entre outras pequenas atitudes cativantes são sempre muito bem-vindas e fazem toda a diferença no seu dia-a-dia e no seu relacionamento, embora não eliminem definitivamente a sua porção sapo ou perereca!

No final das contas, o grande desafio do amor, para todos nós, é tentarmos, todos os dias, encontrar o equilíbrio na relação. Se seu par acordou sapo, calibre o ambiente com sua parte princesa e vice-versa. E lembre-se de que, como numa equação matemática, o mais importante é que, ao passar a régua, o saldo seja sempre positivo. E isso quer dizer que se você tem se relacionado mais como sapo ou perereca do que como príncipe ou princesa, algo precisa ser feito, urgentemente! Caso contrário, como se diz popularmente...
A fila anda... porque o reinado precisa funcionar.

07 julho 2011

Santiago de Chile

Estive no Chile em férias e comecei a escrever minhas impressões sobre essa viagem a esse país fantástico quando me deparei com esse texto bacana do Sérgio Vaz sobre Santiago de Chile .... só uma observação que discordo dele...eu não tenho vergonha da cidade onde moro!!!


Vale a leitura!