31 julho 2008

Hoje, usando o ontem, e pensando no amanhã

A HocDie Design é um daqueles lugares que me fazem ficar feliz.
É de gente que não se contenta em fazer coisas legais, elas precisam fazer algo mais! Deixa eu explicar: a arquiteta Pati Fernandes e seu sócio, o designer Nelson Schiesari, ficavam indignados ao ver caçambas cheias de tacos de madeira cujo destino seria o lixão mais próximo.
Com criatividade, talento, bom gosto e o principal, iniciativa, eles começaram a desenvolver móveis e outros objetos estilosos usando o que antes era considerado lixo. Como ela mesma disse, alguns tacos foram feitos com tipos madeira que hoje estão em extinção. O que eles fazem então? Recolhem, selecionam e separam os tacos por lotes.
Quando conseguem, identificam até a espécie de árvore do qual foi feito cada lote de taco. Depois de lixar e eliminar as "sujeiras" da madeira, eles desenvolvem projetos específicos. Os marceneiros da HocDie então, criam painéis auto-travantes com acabamentos e detalhes diferenciados. O resultado de todo este trabalho é a linha México. Um show de design!
Peças sensacionais, únicas e cheias de história. O que um dia serviu de piso e após anos e anos de uso tinha o lixo como fim certo, transforma-se em espetaculares peças.
Abaixo as fotos da estante El-Ipse, a banqueta Cubo e a mesa Taquinho.
A HocDie Design desenvolve diversos produtos além destes, inclusive projetos personalizados. Em tempo, HocDie quer dizer "Hoje" em latim. É o hoje, usando o ontem, pensando no amanhã.






Recarregada :)

.....No corpo, na mente, no espírito e no coração!


;)

11 julho 2008

Off Line......



...Uma pausa para.......

Descansar o corpo e a mente,

Elevar o espírito,

Me dedicar aos amados,

e curtir os prazeres da vida!


Volto em breve.......







Yoani Sánchez - uma blogueira cubana corajosa


Em casa, ela não pode nem acessar a internet. Mas mesmo assim virou um dos maiores fenômenos da blogosfera mundial.
Tudo por causa do Generación Y, blog que já foi alvo de críticas e censuras até do ex-presidente Fidel Castro. Mas nada impede que a blogueira Yoani Sánchez, 32 anos, freqüente os hotéis e cybercafés da cidade (mesmo com o dinheiro contadíssimo!) para expressar as suas opiniões e relatos sobre a vida cubana.
Como é acessar a internet em Cuba?
Yoani Sánchez: Extremamente complicado. Em primeiro lugar, os cubanos não podem ter internet em casa, a não ser os altos funcionários ou os estrangeiros que residem aqui. Saio de casa com um pen drive levando meus posts e vou para um lugar público me conectar. Só posso fazer isso uma ou duas vezes por semana, porque o acesso é muito caro (cerca de 7 ou 8 dólares por hora). Tenho que otimizar meu tempo. Um cartão de uma hora, uso 6 ou 7 vezes. Tornei-me uma especialista em aproveitar ao máximo meus minutos online.
Dá para acompanhar outros sites?
Yoani Sánchez: Eu não navego na internet. Meu acesso só dá para postar meus textos ou enviá-los por e-mail para amigos postarem para mim quando eu não posso.
O Generación Y já recebeu mais de 4 milhões de visitas.
Você tem idéia de quem é o seu leitor?
Yoani Sánchez: O êxito dele é a empatia que ele causou em tantas pessoas, as paixões que levantou. Foi uma surpresa para mim. Quando comecei era algo muito pessoal que, pouco a pouco, foi recebendo a atenção de todo o mundo. Escrevo porque tenho muita coisa para contar da minha realidade... Não me importa se uma pessoa ou 500 milhões me lêem. Preciso exteriorizar esse monte de coisas que não circulam no meio oficial cubano. E com a espontaneidade e a leveza de quem não é uma jornalista, mas alguém que vive no meio de todos esses acontecimentos.
Você tem sido reconhecida no mundo inteiro, mas e em Cuba?
Yoani Sánchez: Aqui o blog é conhecido de forma diferente, já que o acesso à internet é muito limitado. As pessoas copiam as informações que lhe interessam em pen drives ou disquete e depois distribuem. Então, não são tantos que acessam meu blog online, mas muitos conseguem ler as cópias através dessas outras formas de divulgação. E eu percebo isso nas ruas, muitas pessoas já me reconhecem.
E de que forma isso está refletindo na blogosfera cubana?
Yoani Sánchez: O fenômeno do Generación Y é contagiante. Muito mais cubanos têm decidido contar sua opinião e mostrar como vivem. Estou investindo muito tempo e energia para aumentar essa blogosfera cubana, a motivar possíveis bloggers a escreverem sobre a sua vida.

Leia mais sobre: Yoani Sánchez

.....Aos poucos a geração do boom da literatura hispano-americana no mundo europeu e norte-americano (veja-se a influência de um Borges num Paul Auster) vai esmaecendo não somente com a morte dos seus protagonistas, mas também em razão de seus principais autores não terem mais a grandeza das criações iniciais.

Percebe-se também o qual geniais foram as produções dos anos sessenta e setenta do século XX, a ponto de não mais se repetirem livros como Rayuela, de Cortázar ou mesmo o Três tristes tigres, de Cabrera Infante.

O mundo literário, como um todo, na pós-modernidade, atenuou as aventuras experimentais desses autores instigantes que, herdeiros de Faulkner e Joyce, deram contribuição fundamental ao romance universal.

Morre com Cabrera Infante um pouco de uma era exuberante e de uma literatura que conseguia conjugar qualidade e experimentação literária sem perder de vista o grande público leitor.

Três tristes tigres ficará na literatura cubana junto com Paradiso, de Lezama Lima e de El siglo de las luces, de Alejo Carpentier, do mesmo modo que permanecerá entre os grandes romances do século passado. Nada tão novo ou provocativo foi feito depois desses monstros sagrados da literatura hispano-americana.

A literatura tem se tornado uma repetição de fórmulas, atualizando os temas, mas sem a vocação para alçar vôos mais audaciosos. Morre com Cabrera Infante uma época. Morre com Cabrera Infante o melhor humor literário (como bom herdeiro de Sterne, Cabrera adorava Machado de Assis). Morre com Cabrera Infante sua contraditória melancolia e vida sombria: Bella Josef, que o encontrou várias vezes em Londres, relata a surpresa de visitar um autor tão sombrio, diferente dos personagens bem-humorados e tropicais do seu livro mais engraçado: Três tristes tigres.

Morre com Cabrera Infante o último grande romancista cubano....


Por Ronaldo Costa Fernandes
Poeta, narrador e ensaísta

Três tristes tigres


Três tristes tigres (o título já dá a idéia da narrativa: refere-se a um trava-línguas famoso) é um romance com vários personagens que perambulam por La Rampa, o bairro boêmio de Havana, entrando e saindo de cabarés, mantendo longos diálogos e envolvendo-se na noite pré-castrista entre fantasias e desventuras de jovens aventureiros e intelectuais (Códac, o fotógrafo, Bustrófedon - o homem dos jogos verbais e mentais, Arsenio Cué, Silvestre e Eribó).
As influências de Cabrera Infante são Lewis Carroll, James Joyce, Sterne e Petrônio.
Romance fragmentário, com várias vozes, de um humor exuberante e uma constante brincadeira com as palavras (um dos momentos intelectualmente mais instigadores é quando Cabrera Infante parodia, com muita graça, os mitos literários cubanos escrevendo à maneira, entre outros, de Alejo Carpentier e Lezama Lima).
As narrativas em primeira pessoa mostram uma vivacidade que as traduções não conseguem recriar. Cabrera dizia que o espanhol falado no livro é um argot (gíria) de um determinado grupo de uma determinada área (La Rampa) de Cuba.
O livro é composto por pequenos livros-narrativas como mosaicos menores inseridos num outro maior. Grosso modo, temos: o livro da cantora em “Ella cantaba boleros”; os pastiches e os jogos verbais de Bustrófedon; a sessão de análise em que a voz de uma mulher somente aparece velando a voz do analista e, entre outros, a “Bachata”, quando dois personagens, Arsenio Cué e Silvestre, andam de carro pelo Malecón.
Há uma certa euforia da velocidade, os diálogos - recheados de paradoxos que lembram Lewis Caroll - são sobre mulher, a vida, o passado, a música, Cuba e muitos outros temas discutidos com erudição e humor. A oralidade é o forte do romance. É ela que subverte o beletrismo e que instaura um clima de paródia, de fluxo de consciência feito, ao contrário do humor irlandês de James Joyce, com a ginga e bossa dos cubanos - essa gente que também tem candomblé, uma grande população negra e a música mais contagiante do Caribe.
Os fragmentos da narrativa que compõem o romance dão unidade através da heterogeneidade, na falta de perspectiva de seus protagonistas, na intermitência das falas - cria-se uma substância, um corpus organizado a partir da desordem.
Na introdução do livro, o autor mesmo adverte: este livro está escrito em cubano. “Es decir, escrito en los diferentes dialectos del español que se hablan en Cuba… predomina como un acento el habla de los habaneros y en particular la jerga (gíria) nocturna, que, como en todas las grandes ciudades, tiende a ser un idioma secreto”.
Três tristes tigres é, ao mesmo tempo, regional e universal. Utiliza-se da gíria, da descontrução da linguagem falada, dos períodos longos a refletir o mais fielmente possível a confusão mental dos personagens, faz uso dos temas das conversas e preocupações dos protagonistas expressas através de diálogos e atitudes que mostram uma faceta universal e, concomitantemente, registram uma marca essencialmente cubana.
Vale a leitura!!!

09 julho 2008

“Cachao … Como Su Ritmo No Hay Dos”


O músico cubano Israel “Cachao” López, morto este ano, aos 89 anos, se tornou uma lenda da música cubana com sua fenomenal habilidade com o baixo e se destacou por suas atuações musicais no mambo e no jazz latino.
López, que recebeu do bisavô o apelido “Cachao”, era um dos símbolos da música cubana, inventos do mambo, que em dialeto locumi quer dizer "história", e rei dos downloads pela Internet e das improvisações ao vivo conhecidas como "jam sessions".
Começou aos sete anos a tocar percussão em sua cidade natal Cuba e depois passou para o instrumento de cordas. Compartilhou palcos com a inesquecível Celia Cruz e seu esposo Pedro Knight, assim como com o trombonista Generoso Jiménez, que também morreu recentemente.

“Cachao” saiu de Cuba em 1962, após a instauração do regime de Fidel Castro, com uma longa lista de sucessos e afirmou em entrevista à Agência Efe, em 2007, que se não fosse por seu compatriota e colega Dámaso Pérez Prado “não teria escutado o mambo mundialmente”.
Sua primeira parada foi Madri, onde permaneceu um ano antes de emigrar para Nova York. Trabalhou com Charlie Palmieri e Tito Puente, entre outros grandes músicos.
Nos Estados Unidos ganhou um prêmio Grammy, obteve um título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade de Berkley e até uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.

Em 1993 o ator cubano Andy García o redescobriu e produziu um documentário intitulado “Cachao … Como Su Ritmo No Hay Dos”, sobre sua música.

Seu mais recente trabalho musical foi realizado com Gloria e Emilio Estefan no álbum da cantora “90 Milhas”.



Jazz pode explicar de onde vem a criatividade

Inspirados pelas lendárias improvisações de músicos de jazz como Miles Davis e John Coltrane, cientistas estão estudando os cérebros de jazzistas modernos para descobrir de onde vem a criatividade - pense na origem dos sonhos. As experiências não representam apenas uma curiosidade que interessa primordialmente aos fãs do jazz, mas um experimento ousado quanto ao aspecto neurocientífico da música, um campo que está florescendo à medida que os pesquisadores percebem que a música serve como forma de iluminar a maneira pela qual o cérebro trabalha.
A maneira pela qual tocamos e ouvimos música oferece uma janela para a maior parte das funções cognitivas cotidianas, da atenção à emoção e à memória, o que por sua vez poderia ajudar no desenvolvimento de tratamentos para distúrbios cerebrais.

No entanto, a criatividade vem sendo há muito vista como um fenômeno fugaz demais para que se possa medi-la. O Dr. Charles Limb, um saxofonista que se tornou especialista em audição, acredita que a improvisação de jazz ofereça uma ferramenta perfeita para fazê-lo, ao permitir comparações quanto ao que acontece no cérebro de músicos treinados nos momentos em que tocam de memória e o que acontece nos momentos em que improvisam.

“Uma coisa é compor uma musiquinha curta. Outra é compor uma obra-prima, uma obra longa, uma hora inteira de música apresentando idéia após idéia original”, explica Limb, professor de otorrinolaringologia na Universidade Johns Hopkins, cujo objetivo mais amplo é ajudar os surdos não só a ouvir como a ouvir música.

Como observar um cérebro sob o efeito do jazz? Por meio de um aparelho de ressonância magnética que mede as alterações no uso de oxigênio pelas diferentes regiões do cérebro à medida que elas executam diferentes tarefas.

08 julho 2008

Paz e Amor bichtooooo

Ringo Starr promoveu uma festa de "Paz e Amor" numa calçada de Chicago - EUA, debaixo de chuva, para comemorar seus 68 aninhos!
No meio de uma turnê norte-americana, Ringo Starr anunciou o evento em seu site, desejando "apenas mais paz e amor" conforme declarou em entrevista recente sobre o que queria ganhar em seu aniversário.
Ele também disse esperar que qualquer pessoa, que quisesse unir-se a ele em qualquer lugar do mundo, celebrasse o dia fazendo o sinal da paz, com dois dedos, ao meio-dia, segundo fuso horário local.
Ele próprio se atrasou dois minutos para a comemoração, mas foi recebido com aplausos ao som de "Parabéns a Você".

Cuba Linda

Alfredo "Chocolate" Armenteros

"Poderão tirar um cubano de Cuba, mas não poderão tirar Cuba de um cubano", afirma o músico Alfredo "Chocolate" Armenteros, durante o polêmico filme "90 Milhas", de Emilio Estefan, que aborda a história de músicos cubanos em exílio.



O documentário repassa o processo de desenvolvimento paralelo que a música cubana teve fora de Cuba nos últimos 50 anos, em especial através de músicos exilados como Arturo Sandoval, Gloria Estefan, Celia Cruz, Cachao, e Andy García (que, no filme, apresenta-se como um percussionista aficionado). A trilha sonora faz parte do último trabalho da cantora cubana Gloria Estefan, que contou com a participação (como no filme) do mexicano Carlos Santana e do porto-riquenho José Feliciano.

07 julho 2008

Ode a Cuba Libre




A Cidade Perdida, filme de Andy García, exibido em poucos cinemas no Brasil, além de vigoroso, é uma ode à Havana dos anos dourados, mas nem por isso menos verdadeiro e contundente. Ele fez um filme admirável, tão importante para divulgar os horrores da revolução cubana de Fidel Castro e “Che” Guevara.
Pelo que se sabe, para realizar A Cidade Perdida, Andy Garcia, que nasceu em Cuba, levou 16 anos com o roteiro (feito em parceria com Cabrera Infante, outra vítima de Fidel) debaixo do braço, procurando financiamento numa Hollywood “politicamente correta”, entregue aos caprichos de cubanófilos decadentes, mas poderosos.
Com o filme pronto, García se defrontou com um outro tipo de ditadura, tão nefasta quanto a tirania de Castro, isto é: a tirania dos festivais cinematográficos.





É pena, pois A Cidade Perdida emociona e faz pensar. É evidente que não pretende “desconstruir” nem “minimalizar” coisa alguma. Antes, procura se articular no legado da estética aristotélica, aberta aos sentimentos e ao entendimento do grande público, como deve ser o cinema de massa. Os modelos perseguidos, pelo que se diz, foram Casablanca e Dr. Jivago, dois exemplares clássicos aos quais o ajuste de contas de García, feito em 35 dias e com custo em torno de 9,5 milhões de dólares, nada fica a dever e poderá ficar como o primeiro filme de ficção a abordar de forma convincente as ditaduras sangrentas de Fulgêncio Batista e Fidel Castro.

A trama do filme gira em torno do fulminante aniquilamento da família Fellove – o patriarca Federico, professor universitário que se nutre em Sêneca e acredita na democracia; a matriarca D. Cecilia; o tio Donoso, gourmet plantador de fumo, os filhos Luis, Ricardo e Fico (Andy Garcia, em belo desempenho), proprietário do cabaré “El Tropico” (réplica do Tropicana), o empresário da família, visto que os outros irmãos são ou estão em vias de se engajar no Diretório Revolucionário (núcleo subversivo da classe média urbana) e na guerrilha de Castro, em Sierra Maestra, ambos obstinados no combate à ditadura do ex-sargento telegrafista Fulgêncio Batista – curiosamente levado ao poder, em 1940 e 1953.

Falei acima no aniquilamento da família Fellove, mas o aniquilamento, em termos reais ou simbólicos, é da própria Cuba, dividida politicamente e depois destruída por uma ditadura que se faz mais violenta, corrupta e desumana do que a do sargento Batista, ao eliminar os mínimos vestígios de liberdade, seja individual ou coletiva. A especialíssima Havana, conhecida nos anos 40 como a “Paris do Caribe”, passa a ser a masmorra infecta do Comandante Castro, um tirano egocêntrico e sem limites.
A contundência do ajuste de contas não supera na obra o doce encanto da ode à Havana que Garcia constrói, especialmente quando recria o universo musical da cidade com seus clubes, cabarés, cantores e dançarinos fascinantes, plenos de vitalidade, onde prevaleciam as figuras de Ernesto Lecuona e Domase Perez Prado, autores, por exemplo, de composições como “Siboney”, “Para Vigo me voy” e “Patrícia” – definitivas e definidores de uma época e de um esplendor. Neste terreno, a sensibilidade de Garcia só acrescenta beleza, ainda que nostálgica, ao clima de uma cidade mítica destruída pelo castro-comunismo.




Alfredo "Chocolate" Armenteros, músico cubano, toca maravilhosamente no filme, numa participação especial

03 julho 2008

Vou começar por Cabrera Infante


Há tempos ando com vontade de pesquisar e escrever sobre Cuba, mais precisamente depois que assisti o documentário Buena Vista Social Clube.
Dia desses assisti o filme A Cidade Perdida, que levou 16 anos até ser concluído, dirigido por Andy Garcia, rodado em 35 dias.
O romance, com pano de fundo dramático pela situação da ilha, que desmascara a maior ditadura das Américas, foi um incentivo a iniciar pesquisas sobre Cuba, e que durante um bom tempo me dedicarei a postar sobre o assunto.
Quero começar essa série de posts falando sobre o roteirista do filme A Cidade Perdida e escritor do famosos livro Três Tristes Tigres: Guilhermo Cabrera Infante.
A barbicha que ornamentava o queixo do mais famoso exilado cubano dá a ele um certo ar de Leon Trotsky.
Cabrera Infante exerce uma fina ironia na hora de atacar os seus três grandes desafetos: Fidel Castro, Fidel Castro, Fidel Castro - uma reconhecida obsessão.
Pai de duas filhas, autor de livros como ''Tres Tristes Tigres'',''La Habana para un Infante Difunto'' e ''Mea Cuba'', Cabrera Infante chegou a dirigir o conselho de cultura da recém-instalada revolução cubana ,no início dos anos 60, mas escolheu o caminho do exílio ao desconfiar da vocação tirânica do comandante Fidel.
Viveu na Inglaterra desde 1966, num apartamento térreo em Gloucester Road, bateu forte em Gabriel Garcia Marques, revelou o que ouviu de Fidel Castro durante um sobrevôo na floresta amazônica e confessou que a política é a maior inimiga da literatura.
Cabrera morreu aos 75 anos, no mesmo ano em que completaria 40 anos de exílio em Londres. Amava literatura, cinema, charutos e, sobretudo, Cuba. Se a futura morte de Fidel simbolizará o fim da Cuba revolucionária o adeus a Cabrera Infante pareceu enterrar o que de melhor restava da cultura da Cuba pré-Castro.
"Em abril de 59, fomos a Washington, Nova Iorque, Montreal e ao Brasil, antes de seguirmos para Montevideu e Buenos Aires. A intimidade de estar num avião para apenas vinte pessoas em companhia de Fidel Castro durante tantos dias me convenceu de que aquele indivíduo era um horror. Eu estava sentado no banco logo atrás de Fidel Castro. Ele ficou olhando a floresta amazônica não sei por quanto tempo. De repente, disse: ''Que grande país. Aqui é que deveríamos ter feito a nossa Revolução !!''
Neste momento, entendi que Cuba era pequena para ele. Fidel se achava um lider tão grande que necessitava de um continente, não de uma ilha.. Hoje, se encontrasse com Fidel Castro num saguão de aeroporto, eu só diria uma frase: ''Você não acha que já chega ?''
Cabrera Infante (1997)



01 julho 2008

Lei seca é elitista, reacionária e semeia a corrupção

Mais uma estupidez assola o Brasil, esta lei seca disfarçada em medida moralizadora. A moral dos reacionários e dos xiitas, que só vai levar mais água (sem álcool) para o moinho da pequena corrupção do dia-a-dia.
Qual o espírito da lei? O de punir os bêbados no volante, gente irresponsável e criminosa que merece mesmo o fogo (não o da bebedeira, mas o do inferno)? Não, esse não é o espírito dessa nova lei, pois esse espírito já existia na antiga lei: o Brasil já tinha leis que coibiam bêbados no volante -- puniam motoristas que tivessem mais do que 6 dg de álcool por litro de sangue.
O que fizeram os "ditos" moralistas do Brasil? No lugar de fiscalizar e punir, o governo (com uma base parlamentar para isso) preferiu tornar o país mais xiita e corrupto, colocando um limite de álcool que equivale, na prática, a proibir qualquer consumo de bebida alcoólica para quem vai dirigir.
Quais as consequências disso? A primeira, se a coisa pegar, é atacar uma tradição cultural da humanidade - a de beber socialmente, confraternizar com a bebida. Tradição que data da remota antiguidade, presente nas festas das colheitas, nas celebrações religiosas, nas comemorações das conquistas. A depender da lei, um jantar de vários casais na casa de amigos ou num restaurante fará com que metade dos presentes fique na Coca-Cola, destruindo seu prazer gastronômico e o clima de compadrio.
A segunda, se a coisa pegar, é separar ainda mais os mais ricos dos demais. A lei poderá ser seguida por quem tem dinheiro para sempre pagar taxi e motorista particular - ou seja, o prazer de beber em condições normais, fora de casa, será preservado para esta elite.
A terceira é que, mais provavelmente, nossa lei seca terá efeito parecido ao de sua antecessora nos Estados Unidos: o incentivo ao crime e à corrupção. Ali, nos anos 20 do século passado (1919 a 1933), a bebida alcoólica foi proibida incentivando a formação de quadrilha e tráfico.
Quanta estupidez! Assim caminha, para trás, a humanidade.





¡QUE VIVA MÉXICO!


O México é um país de rica tradição histórica e cultural. Lá é possível conhecer a herança de complexas civilizações como a Maia e a Asteca, que se desenvolveram antes da chegada dos europeus. A região apresenta uma arquitetura única e pirâmides impressionantes em meio a belezas naturais variadas. País mestiço com culinária densa e uma história política agitada, o México seduz viajantes há séculos. Você realmente fica de boca aberta ao ter contato com a história, arte, lendas e outras tantas coisas mais sobre as essas civilizações. É de arrepiar!
A viagem ao México, conduzida pelo professor Leandro Karnal, é uma oportunidade de unir o prazer do turismo com o do aprendizado. O roteiro é demais....juro!
Combina pontos importantes da memória indígena, como a mítica cidade de Teotihuacan, o mundo de Monte Albán e as pirâmides da área maia, com marcos da tradição colonial, como a catedral da cidade do México ou o brilho barroco de Puebla e Oaxaca.
O México moderno surge em locais como a agitada capital e o museu Frida Kahlo (demais).
Por fim, a Riviera Maia, em especial Xcaret, um dos litorais mais bonitos do mundo, encerra a viagem.

Se quiser esticar um pouco mais vá até Cancúm, é imperdível! Eu assino embaixo!

Para conhecer o programa completo, acesse o site da Latitudes (http://www.latitudes.com.br/)

Noel Rosa, o poeta do samba


Para quem quer curtir as férias e não pode viajar aí vai uma dica que vale a pena. A Casa do Saber (http://www.casadosaber.com.br ) oferece o curso Noel Rosa, o poeta do samba.
Numa vida curta e intensamente criativa, Noel Rosa (1910–1937) mudou a história da música brasileira. Sua obra assimilou a música dos autores de morro para a criação de sambas urbanos. Com ele, o samba tornou-se o espelho do Brasil. Suas canções, altamente poéticas, retratam o Rio das décadas de 1920 e 1930 de forma crítica e divertida. Seu trabalho ajuda a entender a história do Brasil e sua identidade. O curso analisa a vida e a obra do autor de sambas clássicos como "Com que Roupa", “Não tem Tradução”, “Feitiço da Vila” e “Filosofia”.

Ela vem chegando....

E feliz vou esperando! Essa espera é difícil....Mas eu espero cantando......

Menina bonita vc é demais!

Contando os dias para te dar um cheiro :) e beijar essa bochecha gostosa ;)